sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Socorro! Sumiu meu dinheiro! Problemas na migração do HSBC para o Bradesco?





Migração de Sistema de Bancos não pode Prejudicar Consumidores
Nestas últimas semanas recebemos dezenas (mais dezenas mesmo! arrisco dizer pelo menos uma centena) de clientes e leitores desesperados contando fatos surreais sobre desaparecimento de aplicações, fundos DI, títulos de capitalização ... Até empresas com seus funcionários sem receber porque os depósitos dos salários foram feitos no período fatídico do "sumiço de dados" e até hoje seguem as confusões, dúvidas e revolta.
 
A migração dos clientes do HSBC para o Bradesco iniciou no dia 8 de Outubro e não foram poucas as incomodações que daí surgiram aos clientes. As reclamações mais recorrentes apontam falha na transição de conta salário para o Bradesco, bloqueio do cartão do HSBC e demora na entrega do cartão de débito do Bradesco. Há também relatos de débito do valor integral de dívidas que estavam em negociação no HSBC ou ainda desaparecimento total de saldo de aplicação em fundos.
 
Segundo o site da revista Exame (detalhes a seguir), apesar dos problemas, o vice-presidente de tecnologia do banco, Maurício Minas, considera que a migração de 5 milhões de clientes do HSBC, feita durante um final de semana, foi bem-sucedida. “Pelo porte da operação, imaginar que não haveria ocorrência era uma utopia”, diz. Já prevendo essas ocorrências, o banco diz ter ampliado sua central de atendimento para dar suporte aos clientes.
 
Veja abaixo como cada problema está sendo solucionado e o que fazer em cada caso:
 

Salários atrasados

 
Sobre os problemas relacionados à abertura de contas-salários, que provocaram atraso do pagamento das empresas aos clientes do banco, Minas explica que as falhas foram causadas por conta da diversidade de arquivos com a folha de pagamento que as empresas mandaram para o Bradesco.
“Em situações, pontuais, que envolveram algumas grandes empresas, tivemos problemas no reconhecimento do formato desses arquivos pelo banco. Essas inconsistências tiveram de ser tratadas manualmente, o que causou atrasos no salário de alguns funcionários”, explica o executivo.
Nesse caso, o banco irá assumir a responsabilidade se houver qualquer prejuízo tanto para a empresa como para o cliente, afirma Minas. “Se o cliente ficar com a conta negativa até receber o salário, o banco não poderá cobrar juros”, diz Ione Amorim, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Identificados na semana passada, Minas aponta que desde então o banco avançou na solução dos problemas. “Não posso dizer que está tudo resolvido, mas não registramos novas ocorrências nas últimas 24 horas”.
Caso o problema não seja solucionado, Ione, do Idec, diz que o consumidor pode até mesmo entrar com uma ação na justiça por dano moral.
 

Demora no recebimento de cartões

 
Sobre problemas relacionados à demora em receber cartões de débito do Bradesco e bloqueio do cartão do HSBC, Minas garante que todos os cartões do HSBC somente serão bloqueados após 31 de outubro. “Até lá, todo cliente do HSBC poderá continuar usando o cartão, a não ser que já tenha ativado o novo cartão do Bradesco. Nesse caso, o cartão do HSBC é automaticamente bloqueado”.
Minas recomenda a clientes que ainda não receberam o cartão do Bradesco para que verifiquem no banco se é necessário atualizar seu endereço. “Se ele não recebeu certamente há algum problema com o seu cadastro no banco. Enviamos 100% dos kits de boas-vindas há algum tempo”.
Caso o Bradesco verifique que diversos clientes ainda não ativaram o cartão Bradesco o prazo para o bloqueio do cartão HSBC pode se estender por mais 30 dias.
Ione, do Idec, aponta que o cartão do HSBC não pode ser bloqueado antes do prazo estabelecido ou até que o novo cartão seja entregue ao cliente. “Nesse caso, o banco tem de estornar qualquer prejuízo que o cliente teve durante o tempo que ficou sem o cartão. Alguns serviços, como transferências, são mais caros se realizados em agências. O banco deve devolver essa despesa extra ao cliente”.
 

Débito de dívidas negociadas

 
Clientes que verificaram cobranças indevidas na migração, como débito de dívidas que estavam sendo negociadas, devem entrar em contato com o banco e apontar evidências sobre a negociação, como o e-mail de um gerente, por exemplo.
Minas afirma que todas as condições das dívidas de clientes do HSBC serão preservadas no novo banco. “Se algum desconto foi combinado no HSBC e por alguma razão se perdeu antes de ser efetivamente aplicado, ele será cumprido no Bradesco”.
 
 
Fato é que, com absoluta convicção, afirmo que os consumidores não podem ser prejudicados pela opção comercial de união dos dois bancos. Quaisquer prejuízos devem sim ser sanados, desde perdas materiais (dinheiro, aplicações, correções) até indenizações por dano moral pelas diversas situações que tais erros podem ter causado, como prejuízo à imagem, constrangimento, sensação anormal de ansiedade e desespero, já que estamos tratando de salários, reservas econômicas, sonhos de aposentadoria e investimentos.
 
Imagina sumir sua única aplicação, com sua única reserva financeira? Ou depois de muitos dias obter seu dinheiro "de volta" no extrato mas ter recusado o resgate/saque "até que as coisas se estabilizem e o sistema volte"?
 
Aqui o Diário de Consumo segue reunindo relatos e já formamos um grupo de consumidores lesados para discutir o que pode ser feito e que abrange sua situação particular. Melhor que deixar um comentário, é nos enviar diretamente um email para contato@mercadodeconsumo.com.br com o título: Bradesco x HSBC. Pode anexar fotos e documentos sim.
 
 
E quanto mais sigo no Direito do Consumidor no Brasil, mais acredito nas possibilidades infinitas de desrespeito que as empresas conseguem descobrir, realizar e seguir aparentemente passivas, como se normal fosse um cliente acordar com saldo zerado em sua conta corrente e nenhuma explicações receber por dias e dias.
 
 
Por Fernanda Guimaraes

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